RECICLAR PLÁSTICO NÃO É TÃO FÁCIL.

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Site CENA post sobre dificuldade de reciclar

Nem todo plástico pode ser reciclado, isso porque existem vários tipos de plásticos, cada um com diferentes composições químicas e propriedades. As propriedades do plástico também podem mudar devido à exposição ao calor, luz e outros fatores ambientais, que podem afetar a qualidade do material e sua reciclabilidade.

O plástico sintético apareceu no início do século XX e começa a ser produzido em larga escala em 1920. O plástico é um derivado do Petróleo do grupo dos polímeros.

Em geral, existem sete tipos de plástico, rotulados de 1 a 7, com base no código de identificação da resina. Alguns tipos de plástico são mais fáceis de reciclar do que outros, e a reciclabilidade de um plástico específico depende de vários fatores, incluindo a disponibilidade de mercados para o material reciclado e o custo-benefício do processo de reciclagem.

A norma NBR 13.230 da ABNT traz a simbologia de identificação de produtos e matérias-primas plásticas conforme abaixo:

Fonte imagem:  Norma ABNT NBR 13230 – Embalagens e acondicionamentos plásticos recicláveis – Identificação e simbologia

O que são essas siglas e materiais (Fonte Sindiplast/sindiplast.org.br):

1 – (PET) Polietileno tereftalato

 Material rígido e transparente sofre lenta cristalização, é amorfo, absorve muita umidade (por ser um éster) funde sob temperaturas próximas a 265ºC. Possui excelente resistência ao impacto, baixa permeabilidade aos gases (CO2 ). Algumas aplicações do PET são: filamentos (fios para tecelagem), fitas magnéticas, filmes para radiografias, laminados para impressão, embalagens para cozimento de alimentos, garrafas para bebidas carbonatadas, frascos para alimentos, cosméticos e produtos de limpeza.

2 – (PEAD)-(HDPE) Polietileno de alta densidade

Material opaco devido à sua maior densidade e alto grau de cristalinidade. Possui maiores propriedades mecânicas que o PEBD e PEBDL. É resistente às baixas temperaturas, leve, impermeável, rígido, com ótimas resistências química e mecânica. Muito resistente quimicamente o que permite sua aplicação em embalagens de produtos de limpeza e produtos químicos. Utilizado também na fabricação de autopeças.

3 – (PVC) Policloreto de Vinila

Este material plástico possui grande importância devido à sua grande versatilidade, ou seja, com a adição de aditivos como plastificantes, lubrificantes, estabilizantes, pigmentos e corantes, cargas entre outros aditivos, é possível obter uma infinidade de “grades” com propriedades muito diferentes para diversas aplicações. O PVC é utilizado em embalagens de alimentos, cosméticos e medicamentos; em mangueiras em geral; na construção civil em tubos e conexões, em conduítes, em recobrimento de fios e cabos, em forração, em revestimento de pisos, em esquadrias e janelas; como “couro sintético” para indústria de calçados, bolsas e estofados; acessórios médico-hospitalares, dentre outras diversas aplicações.

4 – (PEBD e PEBDL) (LDPE e LLDPE) Polietileno de baixa densidade e Polietileno de baixa densidade linear.  

Material com baixas condutividades elétrica e térmica. É resistente ao ataque de produtos químicos. É atóxico. Flexível, leve e transparente (quando em baixas espessuras). Muito utilizado em embalagens para alimentos e produtos de higiene pessoal, tubos para irrigação, isolamento de fios, etc. O PEBDL é principalmente utilizado na produção de embalagens flexíveis para alimentos.

5 – (PP Homo) Polipropileno Homopolímero

Material resistente a altas temperaturas podendo ser esterilizado. Boa resistência química e poucos solventes orgânicos podem solubilizá-lo à temperatura ambiente. Em comparação ao PEAD possui menor densidade, maior ponto de amolecimento, maior dureza superficial, maior rigidez, menor resistência ao impacto, maior sensibilidade à oxidação, melhor resistência ao stress cracking e maior fragilidade a baixas temperaturas. Material muito usado na fabricação de peças com dobradiças, autopeças, embalagens para alimentos, fibras e monofilamentos, entre outros.

6 – (PP Copo) Polipropileno Copolímero

Material transparente, mais flexível e resistente (exceto resistência química) que o homopolímero.
Quando modificado com elastômeros, torna-se mais resistente ao impacto. Possui alta resistência mecânica a baixas temperaturas.
Utilizado em utilidades domésticas, frascos e embalagens em geral.

7 – (OS) Poliestireno

Material rígido, leve, transparente e brilhante. Possui baixas resistências química, térmica e às intempéries. Possui baixa resistência mecânica (rígido e quebradiço).
Utilizado em copos, pratos e talheres descartáveis, brinquedos, produtos para escritório, entre outros.

8 – (EPS Isopor) Poliestireno Expandido

Consiste na incorporação de um agente de expansão ao PS (geralmente o pentano) o que torna o material uma espuma com excelentes propriedades acústica e térmica e dependendo da espessura e densidade, boa resistência mecânica. Possui baixa absorção de água.
Utilizado em embalagens para alimentos, lajes e isolamento acústico/térmico para construção civil, boias, entre outros.

9 – (ABS) Copolímero de Acrilonitrila-Butadieno-Estireno

Possui boa resistência ao impacto devido ao butadieno, sua dureza depende das quantidades de butadieno e acrilonitrila, possui boa resistência à tração (menor que PA e POM), pode ser usado sob temperaturas de até 80ºC, possui baixa resistência às intempéries e maior resistência química que o PS (devido à acrilonitrila). Blendas com PC resultam em materiais com excelentes resistências ao impacto e à oxidação. Utilizado em autopeças, eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

Os plásticos PET (tereftalato de polietileno), que são comumente usados ​​para garrafas de água e recipientes para alimentos, são amplamente recicláveis ​​e podem ser transformados em novos produtos, como tapetes, roupas e materiais de embalagem. Por outro lado, os plásticos de PVC (policloreto de vinila), comumente usados ​​para tubos, pisos e cabos, são mais difíceis de reciclar devido à presença de aditivos e outros contaminantes que tornam o processamento do material mais complexo e caro.

Além disso, mesmo os plásticos que podem ser reciclados podem não ser reciclados devido à baixa demanda do mercado, infraestrutura de reciclagem inadequada ou contaminação com outros materiais, como resíduos de alimentos, sujeira ou outros tipos de plástico. Essa contaminação pode tornar o processo de reciclagem mais difícil e caro, diminuindo a viabilidade econômica da reciclagem do material.

A resina chamada virgem as vezes são mais baratas do que o produto final a chamada resina da reciclagem tornando o processo inviável e limitando seu uso. Se o plástico virgem custa menos do que o reciclado torna-se economicamente sem sentido recicla-lo não é mesmo. Nesse caso o problema não é da reciclagem e sim do próprio “plástico”.

Existem alguns agravantes também com os plásticos flexíveis que representam em torno de 40% dos plásticos do mundo segundo pesquisas Americanas e que são de difícil reciclagem. Alguns contém várias camadas o que dificulta sua separação entre outras especificidades.

No mundo existem países e grupos de ambientalistas que defendem banir plásticos que não são de fácil reciclagem. Mais isso é tema para nosso próximo post.

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