PLÁSTICO E A POLUIÇÃO NO FUNDO DO MAR.

Compartilhar:

Foto Poluição Plásticos Texto CENA

Após o acontecimento do submarino da OceanGate Expeditions me surpreendi ao ler uma reportagem do G1 com um infográfico que colocava em uma faixa do fundo do mar, entre 2.800 e 2.900 metros, a existência de plásticos acumulados inclusive numa quantidade maior que na superfície. Tudo isso com base em pesquisa feita na Baía Monterrey ao longo de 22 anos, na Costa da Califórnia/EUA.

Confere lá a reportagem do G1. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/06/22/infografico-saiba-qual-e-a-profundidade-onde-esta-o-titanic-ambiente-hostil-dificulta-buscas-por-submarino-desaparecido.ghtml

Desta forma resolvi pesquisar e escrever esse breve artigo a respeito, vamos a ele.

A poluição plástica tornou-se um problema ambiental generalizado, afetando vários ecossistemas ao redor do mundo. Embora muita atenção tenha sido dada ao impacto visível dos plásticos em nossos oceanos, como as infames manchas de lixo flutuante, há outro problema menos visível e igualmente preocupante oculto nas profundezas do mar – o acúmulo de detritos plásticos nas profundezas do mar.

O Brasil lança 3,44 milhões de toneladas de plástico no mar , segundo estudo do Instituto Oceanográfico da USP- Universidade de São Paulo em parceria com a ONU – Organização das Nações Unidas, em sua bacia hidrográfica em torno de 1,5 milhão de toneladas de resíduos plásticos por ano. Este estudo visou identificar as portas de poluição desse material que vai para os mares.

A bacia do Rio da Prata, a Baía de Guanabara, o Rio São Francisco e o Rio Amazonas são os que possuem maiores incidências desse material em suas águas. Segunda essa pesquisa temos:

  • Bacia do Rio da Prata  – 1 milhão de toneladas por ano;
  • Rio São Francisco       –  231 mil toneladas por ano;
  • Baía de Guanabara     –  216 mil toneladas por ano;
  • Rio Amazonas             – 158 mil toneladas por ano.

 

Os mares profundos, também conhecidos como zona crepuscular do oceano, abrangem vastas áreas abaixo da superfície iluminada pelo sol, onde a luz do sol não consegue penetrar. Esta região, caracterizada por extrema escuridão, imensa pressão e temperaturas geladas, há muito é considerada um dos reinos mais misteriosos e inacessíveis da Terra. No entanto, investigações científicas recentes revelaram que mesmo esses ambientes remotos e aparentemente intocados não são imunes aos efeitos devastadores da poluição plástica.

Os resíduos de plástico chegam aos mares profundos através de vários caminhos. As correntes de superfície podem transportar plásticos de áreas costeiras e depositá-los nas regiões mais profundas. Além disso, as atividades pesqueiras, incluindo o descarte de apetrechos de pesca e outros equipamentos, contribuem significativamente para os detritos plásticos no fundo do mar. Além disso, micro plásticos, pequenos fragmentos resultantes da quebra de itens plásticos maiores, podem ser transportados para as profundezas afundando na coluna d’água.

Uma vez nos mares profundos, os detritos de plástico representam uma infinidade de ameaças à vida marinha e à saúde geral do ecossistema. Grandes itens de plástico, como redes de pesca descartadas ou equipamentos abandonados, podem enredar animais marinhos, causando ferimentos, sufocamento e até morte. A lenta degradação dos materiais plásticos nessas condições de frio e escuridão significa que esses perigos persistem por muito tempo, exacerbando os riscos para os organismos marinhos.

Os microplásticos, por outro lado, apresentam um conjunto diferente de desafios. Essas minúsculas partículas, muitas vezes medindo menos de 5 milímetros de diâmetro, são ingeridas por uma ampla gama de espécies marinhas, incluindo plâncton, peixes e até organismos do fundo do mar. As consequências a longo prazo dessa ingestão ainda estão sendo estudadas, mas pesquisas iniciais sugerem que os microplásticos podem interromper os padrões de alimentação, dificultar a digestão e até mesmo transferir substâncias tóxicas na cadeia alimentar, afetando predadores maiores, incluindo humanos.

Os mares profundos, apesar de sua localização remota, não estão isolados das atividades humanas e da poluição plástica associada. A presença alarmante de detritos plásticos nessas regiões destaca a natureza interconectada dos ecossistemas do nosso planeta e a necessidade urgente de uma ação global para lidar com a poluição plástica em sua origem. Esforços como reduzir a produção de plástico, melhorar os sistemas de gerenciamento de resíduos e promover alternativas sustentáveis são cruciais para mitigar os impactos da poluição por plástico nas águas superficiais e nos mares profundos.

Conclusão, a poluição plástica nos mares profundos representa uma crise oculta, com consequências de longo alcance para a vida marinha e para o delicado equilíbrio dos nossos oceanos. Ao reconhecer a gravidade desse problema e trabalhar em busca de soluções abrangentes, podemos nos esforçar para proteger esses ecossistemas frágeis e vitais dos perigos do lixo plástico, garantindo um futuro sustentável para nosso planeta e todos os seus habitantes.

Mais Posts :

Envie-nos uma Mensagem

fale conosco!